Com profunda tristeza, Sergipe se despede hoje de um nome que marcou a história da comunicação: Raimundo Luis da Silva. Sua partida deixa uma lacuna imensa no jornalismo e na publicidade do nosso estado.
Raimundo Luis não foi apenas um jornalista, mas um visionário, um criador de ideias que transformou a maneira como a informação era transmitida e como as mensagens eram construídas. Sua passagem pela Secretaria de Comunicação
nos governos de João Alves Filho deixou um legado inegável. Nos textos primorosos que produzia e nas campanhas publicitárias do governo e de seus órgãos, como o Banese, sua marca era inconfundível: chamadas impactantes, criativas e que ressoavam com a população. Ele possuía o dom de traduzir a informação em algo memorável, de conectar a mensagem com o público de forma única.
Raimundo nasceu em Aracaju, no dia 28 de setembro de 1929. Quando jovem, foi atleta de futebol (meio-campista) e jogou nas equipes do Cotinguiba, clube do qual foi presidente, Sergipe e Itabaiana. Trabalhou no Diário de Aracaju, onde atuou como diretor executivo, Jornal da Manhã (atual Correio de Sergipe) e A Cruzada.
Pessoalmente, guardo com carinho a lembrança do seu apoio constante à imprensa. Raimundo Luis compreendia a importância de uma comunicação plural e não hesitava em estender a mão a todos os veículos, reconhecendo o valor de cada um, desde os mais tradicionais até os que trilhavam novos caminhos. Sua generosidade e visão abrangente fortaleceram o cenário comunicacional sergipano.
A criatividade pulsante de Raimundo Luis fez a diferença. Ele elevou o nível da comunicação em Sergipe, inspirando colegas e deixando um exemplo de profissionalismo e dedicação. Sua paixão pela palavra e pela imagem, aliada a um olhar atento e inovador, o consagraram como uma figura essencial para entendermos a história recente da comunicação em nosso estado.
A ele devo a oportunidade de trabalhar na TV Aperipê e também a generosidade de ceder sua escrita em centenas de editoriais no Jornal Papagaio, que não carregavam o ranço de críticas pedantes , mas sobretudo apontavam soluções sob o título de "Recado ao leitor"
Observando a imprensa de hoje e a que atuou na última década, existe um abismo bem evidente. Jornalistas da lavra de Raimundo Luis, Ivan Valença, Tasso de Castro, Alberto Dinis não existem mais, o que tona a nova geração que ama a comunicação, orfã desses killers maravilhosos para dar lugar a uma plêiade de mediocres que se auto intitulam de influenciadores virtuais.
Neste momento de dor, me solidarizo com a família, os amigos e todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver e trabalhar com Raimundo Luis da Silva. Sua memória permanecerá viva em cada campanha memorável, em cada texto bem elaborado e no impacto positivo que sua atuação deixou na comunicação de Sergipe. Que sua luz continue a inspirar as futuras gerações de comunicadores.